Vaidade das vaidades e tudo vaidade; exceto amar a Deus e só a ele servir. (Imitação de Cristo, I,4).
Gosto da palavra “vaidade” em espanhol. Ajuda a compreender seu sentido mais profundo: “vanidad”, isso é, coisa vã, algo sem valor, mesmo que de bela aparência.
É importante também lembrar-se de que no grego antigo, usado na Bíblia, a palavra “vaidade” significa “borboleta”. Bela, leve, agitada, passageira, difícil de aprisionar e possuir.
Com essas duas informações, volto a ler o pensamento da Imitação de Cristo:
Vaidade das vaidades e tudo vaidade; exceto amar a Deus e só a ele servir. (I C, I,4).
Com base nelas, fica mais fácil meditar, orar e afirmar com convicção que tudo é nada, tudo é efêmero, tudo é vão e passageiro, tudo é sem valor, exceto amar a Deus e só a ele servir.
Mas, o que é o serviço a Deus? Fazer muitas coisas por ele? Não é necessário. Ele pode fazer o que quiser no momento que quiser, usando-nos ou não. O serviço a Deus consiste em deixar-se amar por ele, deixar-se transformar pelo Evangelho e amá-lo incondicionalmente, gratuitamente, inteiramente, apaixonadamente, acima de tudo e de todos, acima de nós próprios e de quem mais amamos nesta terra.
Dessa forma, seremos fiéis. Dessa forma, não nos corromperemos em nosso amor. Dessa forma, não nos acovardaremos, não prevaricaremos, pois encontramos o único Amor que vale a pena, o único que não é como uma borboleta e o amamos tanto e tão intensamente que queremos nos unir a ele. O restante? Bem, o restante não é o serviço de amor a Deus na conversão profunda de tudo o que somos e temos. O restante, não é amor que transborda em obras. É... vaidade das vaidades.
Por: Maria Emmir Nogueira, Co-fundadora da Comunidade Shalom *
disponível em: http://www.comshalom.org/formacao/exibir.php?form_id=4848
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